A minha história começa assim:
Chamo-me Domingas de Lourdes Salombe nasci em 02 de Junho de 1988 em Angola na província do Huambo.
Eu foi abandonada quando era bebé, fui encontrada numa caixa de cartão pelas madres que me levaram para um convento para ser adoptada.
Eu ainda fui viver com uma família mas voltei para o convento porque já estava habituada com as madres já não queria afastar-me delas.
Aos meus 5 anos de idade apareceu um casal para me adoptar, falaram com as madres no dia seguinte as madres vieram falar comigo que havia um casal que me queria adoptar, eu disse logo que não queria ir não queria sair do convento já estava tão habituada com elas que não queria mesmo sair dali.
Elas então com viram que eu não queria ir, foram falar com outra miúda mais velha que já tinha 15 anos mas ela também não queria ir com o casal.
Mas o casal queria uma miúda mais nova que a miúda de 15 anos, então as madres voltaram a vir falar comigo e disseram-me que iam-me tratar bem iria ser mas feliz com eles do que ali no convento, eu voltei a dizer que não ia embora.
Certo dia as madres voltaram a falar no assunto e disseram que se eu fosse que iam-me comprar muitos doces que eu gostava, como toda a criança gosta de doces eu aceitei logo então trataram dos papéis para sair do HUAMBO.
Quando sai com os doces entrei no avião para LUANDA quando cheguei estava um motorista do tal casal a minha espera, perguntou pelo meu nome, depois fomos para o sítio onde o casal vivia para mim estava perdida porque não conhecia ninguém de LUANDA, quando chegamos o motorista que se chamava Matias levo-me para a sala onde o casal estava. Eu com muito medo, nunca na minha vida tinha visto um branco fiquei assustada.
Foi então que conheci eles, depois apareceu uma senhora da minha cor com duas crianças no colo, eu fiquei mas aliviada por ver que há crianças como eu e uma senhora que era a mãe deles.
Então esse casal tratou dos meus papéis para me adoptar. Certo dia a mãe dessas crianças adoeceu, eu estava a brincar com a Carlota e o Belula que eram filhos dessa senhora receberam uma má noticia que a mãe deles tinha morrido vi a Carlota e o irmão a chorarem muito comovida também chorei.
Dias depois o senhor Carmo e a dona Maria do Carmo falaram -nos que tínhamos de ir ao médico para ver se não tínhamos apanhado a mesma doença que a mãe da Carlota.
Eu, a Carlota e o irmão tínhamos apanhado sim então os meus avos começaram a tratar de nós porque o que nos tínhamos era uma doença que matava muita gente.
Dou graças a DEUS que os meus avos estavam perto para nos ajudar porque se não tivessem já não estaria aqui neste mundo.
Lembro-me de levar 30 vacinas para a tal doença todos os dias, no fim dessas vacinas fizemos novas análises para ver se já estava tudo bem. Depois de tudo passar os meus avos começaram a tratar dos documentos para nos adoptar a mim e aos dois miúdos. Quando fomos adoptados, então os meus avos trataram dos documentos para virmos para PORTUGAL.
Eu e a Carlota viemos para Portugal, o irmão dela ficou lá porque o meu avo queria ele estuda-se.
Nós chegamos na época do natal, as ruas estavam lindas para mim e para Carlota era um mundo novo, quando chegamos a casa dos meus avos as primeiras palavras que eu disse foram “mas que grande” entramos e falamos, jantamos, e falamos mais um pouco os meus avos mostraram a casa toda e o nosso quarto.
Dias depois passou o natal, os meus avos trataram para que eu e a Carlota andássemos na escola.
A Carlota era mas inteligente, ela sempre passou de ano, eu era mais lenta na escola. A Carlota chegou até o 8º ano.
Já eu fiquei no 3º ano.
Os anos foram passando então decidi estudar à noite comecei em 2006 e dai fiquei a professora que estava nessa época nunca passava ninguém passou 2007, 2008, até chegar a professora Lúcia Lopes que me passou para o curso EFA B1.
Agora estou agarrar essa oportunidade para acabar os meus estudos …
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